sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CORAJOSOS E MEDROSOS

O deputado que você votou tem ou não medo da CPI.

Por vários anos, sobretudo nos oito anos últimos, em que a Casa esteve sob a administração de um deputado do PSDB e outro do PMDB, a Alepa foi tomada de assalto por uma turma que sangrou os cofres públicos em R$ 9 milhões apenas em fraudes na folha de pagamento, segundo levantamento do Ministério Público divulgado em todos os meios de comunicação do Estado e do Brasil.
 As malfeitorias na Assembléia incluem irregularidades assustadoras em outras áreas, como a dos processos licitatórios. Dezenas de empresas emprestaram seus nomes para conferir um certo ar de competividade a certames licitatórios que, afinal, acabaram por premiar as mesmas empresas, que lavaram a burra e também sugaram dos cofres públicos milhões e milhões.
 Há meses que mofa nos escaninhos da Assembleia um pedido de CPI para passar a Casa a limpo. Até agora, das 14 assinaturas necessárias, o propositor da comissão só obteve 11. E o resumo dessa ópera  composta por 30 deputados  omissos é que o tempo escorre, o tempo passa, e todos os deputados e a própia a Assembleia se desgasta.
Por que 30 dos 41 deputados estaduais com assento na Assembleia Legislativa do Pará se eximem do seu dever de investigar?
 Porque suas excelências os  30 parlamentares, omissos, amedrontados e acovardados diante de desafio de sintonizar-se com os anseios populares, tem rabo preso e preferem virar as costas para os eleitores que os conduziram ao parlamento e ficar de frente para seus caciques, batendo-lhes continência, dizendo-lhes 'sim, senhor' e atendendo, sem qualquer receio, a seus ditames.
 Essa subalternidade, com todo o respeito que merecem os deputados corajosos e  resistentes à instauração da CPI na Assembleia, é repulsiva, repugnante, vexatória. Porque é evidente que há limite para tudo, inclusive para a subalternidade.
 Não se admite que os exercentes de mandatos eletivos deem mais atenção e rendam mais homenagens a lideranças hesitantes e acovardadas do que à sociedade, que verdadeiramente clama por moralidade, que não tolera mais a corrupção, que não mais aceita a pilhagem dos cofres públicos. O que é deplorável.
Parte deste texto foi retirado do editorial do jornal Liberal edição:(05/08/2011)

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