Águas escuras e geladas do exótico Caraparu encantam visitantes no Pará
Há 40 minutos de Belém, lugar tem cenário 'verde' e ambiente
familiar.
Visitantes podem andar de canoa e tomar banho no
igarapé.
Rio Caraparu é o paraíso de Santa Isabel do Pará.
No local, uma orla cerca o igarapé. (Foto: Thais Rezende/ G1)
Quem chega à cidade de Santa Isabel do Pará,
distante 42 quilômetros de Belém, nem imagina o passeio surpreendente que o
local pode proporcionar aos seus visitantes. Há cerca de 10 km do centro da
cidade está o Caraparu, igarapé que reserva um pedaço da flora amazônica, com a
estrutura necessária para descansar e se divertir.
A principal atração do local é o rio Caraparu, o
mais imponente de Santa Isabel, conhecida como a “cidade dos igarapés”. O
Caraparu nasce às proximidades da BR-316, no distrito de Americano, abrange
quase todo o território da cidade e desagua no rio Guamá, que cerca Belémx. No local há uma
orla para o rio e diversos restaurantes, no estilo maloca, ao redor.
“O Carapuru pode ser descrito como um espaço ecológico de lazer e
relaxamento. Lugar perfeito para passar o tempo com a família e os amigos. A
água geladinha para aliviar o calor e o passeio de canoa é revigorante entre as
águas escuras do rio e a vegetação. Para aqueles como eu, que adora o contato
com a natureza, o ambiente é perfeito e a comida, uma delícia!”, afirma a
professora Elizabete Pereira, que visitou o lugar com uma amiga.
Rio Caraparu abrange todo o território da
cidade.
(Foto: Thais Rezende/ G1)
A professora gostou tanto do lugar, que ficou interessada em levar toda a
família para conhecer o Caraparu. Além da natureza, Elizabete destaca outro
fator que a encantou: a receptividade das pessoas locais. "Fui visitar o
Caraparu e, na verdade, não sabia o que esperar. Um balneário? Sei lá. Ao chegar
me deparei com um lugar super aconchegante, começando pela receptividade dos
donos dos restaurantes que ficam lá. Eles foram gentis e acolhedores”, conta
ainda a professora.(Foto: Thais Rezende/ G1)
O passeio
Saindo de carro de Belém, a viagem dura aproximadamente 40 minutos, é fácil chegar: pela BR-316 o visitante entra na cidade de Santa Isabel, de lá segue até a Praça Matriz e pega a PA-140. Mais 5 quilômetros na rodovia estadual é possível ver uma placa que indica a estradinha que dá aceso ao Igarapé. Não é permitida a entrada de carros, mas há um estacionamento próximo que cobra R$ 5.
Quem conhece o lugar garante que volta outras vezes. O motorista André Macedo reuniu um grupo de 17 amigos do trabalho e escolheu o Caraparu como local para o lazer. “Trabalho todos os dias, conversei com os amigos para na folga, ir no Caraparu. Quando a gente acerta o passeio, todo mundo se programa para passar o dia”, explica André.
O passeio desvia das rotas de praias e é mais uma opção para aproveitar o verão amazônico. “Não gosto de praia, gosto mais de igarapé, com águas naturais, tranquilidade, gosto mais desse tipo de local”, revela o motorista.
Para quem gosta de aventura e contato direto com a natureza há canoas, que fazem passeios, com ou sem piloto, pelos arredores do rio. No passeio, o piloto passa entre as árvores submersas e chega bem perto das plantas aquáticas e da mata. Ao se afastar da orla, a vista do Caraparu por outra perspectiva encanta pela grandeza.
Passeio de canoa é tradicional no Caraparu. (Foto:
Thais Rezende/ G1)
O empresário Carlos Augusto aluga canoas e boias para os banhistas. Uma hora
na canoa custa R$ 10, e a boia R$ 3. “No mês de julho não fica uma canoa, e
ainda tem fila de gente esperando a vez”, conta o empresário. Na água, as canoas
estão por toda parte. Sincronizadas com o ritmo da correnteza, dão um colorido
especial ao rio.Após o passeio de canoa, o banho na água de temperatura baixíssima é sensação entre os jovens e crianças. Apesar de chegar à profundidade de até 4 metros no meio do rio, os pais ficam tranquilos com os filhos na água pela presença do Corpo de Bombeiros.
De acordo com o subtenente Antônio Alves, a prevenção é constante no Caraparu. No local passam cerca de mil banhistas a cada final de semana de julho. “Dez a 15 bombeiros do quartel de Santa Isabel fazem a prevenção aqui, nossa maior preocupação são as canoas, ficamos atentos”, afirma o bombeiro.
Exótico Restaurante Rio Caraparu fica sobre o rio e
oferece buffet à quilo. (Foto: Thais Rezende/ G1)
Onde ficar e comerO diferencial do lugar é que ele fica próximo de Belém, os turistas podem ir e voltar no mesmo dia e se hospedar na capital. Um dos locais mais aconchegantes para ficar no próprio igarapé é o exótico Bar e Restaurante Rio Caraparu, construído sobre o rio, todo em madeira.
Restaurante Rio Caraparu tem trapiche
para
banhistas. (Foto: Thais Rezende/ G1)
O local é bem amplo, ventilado e tem um trapiche para os clientes apreciarem
o almoço e tomarem banho no rio, que não tem maré, mas seca e enche de acordo
com o período chuvoso. Na época da cheia, a água do rio invade a parte baixa do
restaurante, fazendo com que os visitantes sintam o rio sobre os pés.banhistas. (Foto: Thais Rezende/ G1)
“Vem muita gente de outros municípios, é um verde bem próximo de Belém, os banhistas vem e voltam de Belém no mesmo dia”, explica Wilson Macedo, proprietário do restaurante, que abre todos os dias de segunda a sexta das 10 às 18h e aos finais de semana de acordo com o movimento.
Wilson conta que em julho o restaurante fica lotado, principalmente aos domingos. “Aqui a gente direciona mais para as famílias, aos sábados, domingos e segundas-feiras tem música ao vivo. O rio Caraparu desagua no rio Guamá e os banhistas vêm de Jetski até aqui”, conta ainda o empresário.
O atendimento diferenciado faz com que os clientes se sintam a vontade para ficar o dia todo no restaurante. No cardápio, servido à quilo, o visitante encontra todos os tipos de comidas, como churrasco, feijoada, frango empanado, além de pratos típicos como maniçoba, suflê de camarão regional e outras delícias aprovadas pelos clientes. O quilo sai a R$ 29,90.
São iguarias que combinam com a farinha de tapioca, alimento que é produzido de forma artesanal no município, um lugar marcado pela beleza da natureza e pela influência cultural de ribeirinhos, quilombolas e imigrantes.
Rio Caraparu, o paraíso de Santa Isabel do Pará
(Foto: Thais Rezende/ G1)